terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Brasileiros aderem à previdência complementar

Nesse ano, nada mais será alterado, seja na Previdência, com o fator previdenciário, seja na reforma tributária ou na reforma política. O fator previdenciário continuará valendo, os valores pagos aos aposentados sendo achatados na relação com o salário mínimo, e o Brasil tendo déficit entre o que recolhe e o que distribui no sistema atual, de repartição, com os mais de 24 milhões de aposentados e pensionistas do INSS, todos irritados com o que ganham. Dessa forma, a captação em previdência privada, no primeiro semestre de 2008, indica crescimento de 23,3%, em comparação com o mesmo período de 2007. No total, foram R$ 15,3 bilhões contabilizados no setor. Na Argentina, o senado pôs um fim ao sistema privado de previdência do país, criado há 14 anos, com a nacionalização dos ativos de 10 fundos de pensão independentes. No Brasil a previdência privada tem mais adeptos pelos seguintes fatores: aumento de consumidores que ascenderam à classe C, grande interesse dos jovens em usar a previdência privada para realizar projetos como abrir negócios ou até viajar, crescente participação das mulheres, que poupam pensando na família, e a criação de planos de previdência mais populares. A idade média das pessoas que têm previdência privada também está menor, uma vez que baixou de 40 anos, em 2003, para 35 anos, em 2008. Temos hoje o Instituto Nacional do Seguro Social, o grande esteio da sociedade. No entanto, o teto da aposentadoria está em torno dos R$ 3 mil. As contribuições ao setor de previdência privada chegaram a R$ 20 bilhões no acumulado do ano até agosto, um crescimento de 18,5% sobre o valor registrado no mesmo período de 2007, de acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi). Apenas no mês de agosto, a captação foi de R$ 2,2 bilhões, crescimento de 3,7% em relação a igual mês do ano passado. A maior parte da captação foi registrada no plano Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), destinado a pessoas que não declaram Imposto de Renda ou que utilizam o desconto padrão, com uma arrecadação de R$ 15 bilhões, valor 23,5% superior ao registrado em igual período do ano passado. De acordo com a Fenaprevi, esse plano tem sido utilizado para a conquista do público de menor poder aquisitivo, com valores de contribuição mensal a partir de R$ 20,00.
No Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), que pode ter parte da contribuição abatida do Imposto de Renda no modelo completo, a entrada de recursos foi de R$ 2,9 bilhões, um crescimento de 6,7%. A Bradesco Vida e Previdência é líder na previdência complementar, com 34,43% do mercado, seguida pelo Itaú, que teve uma participação de 18,21%, e da BrasilPrevi, com 11,61%. As provisões dessa indústria somavam R$ 135,2 bilhões em agosto, valor 22,4% acima do registrado no mesmo mês do ano passado. A carteira do setor, que inclui as reservas técnicas e o capital das seguradoras, chegou a R$ 139,3 bilhões. O sistema de previdência complementar tem 8,9 milhões de participantes, sendo que 286,6 mil já recebem o benefício estipulado em contrato. É um novo momento no modelo brasileiro. Na Argentina o governo privatizou a previdência, como antes o Chile havia feito. Mas, com a crise, as autoridades estão voltando ao sistema tradicional, público e geral. Quem tiver condições que busque a previdência complementar. O melhor ainda é que pais e avós façam uma poupança para seus filhos e netos, visando a garantir-lhes os estudos superiores.

Pare e Pense

" O fracasso é tentar agradar a todos."
(Sammy Davis Jr.)

Boa aparência é um diferencial para mercado

Você sabia que o tempo que o profissional leva para dizer bom-dia a um cliente são apenas dois segundos? Pois é, esse também é exatamente o intervalo necessário para o cliente formar a primeira impressão sobre o funcionário. Uma pesquisa realizada pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, constatou que a aparência é tão importante quanto à formação e experiência profissional. Para falar sobre o assunto, a Seguro em Pauta procurou a professora de Comportamento Organizacional da Escola Nacional de Seguros, Hélcia Daniel, para saber o que realmente representa para o profissional do mercado uma postura ideal.
- O que acha do estudo feito pela Universidade Harvard sobre a importância da aparência?
Sou uma profissional que trabalha com comportamento. A pesquisa foi muito bem elaborada e concordo plenamente com a afirmação da universidade. A aparência adequada soma pontos positivos diante de qualquer situação profissional, seja ela entrevista de emprego ou venda de produto. Sabemos que a técnica é importantíssima, mas o que passo para as pessoas em palestras que apresento e na sala de aula é a receita de unir toda teoria com o lado comportamental do ser humano.
- Acredita que a sociedade aprendeu a rotular pessoas e isso atrapalha qualquer profissão, principalmente a venda?
O primeiro momento quando acontece um encontro de pessoas desconhecidas existe sim a rotulação. Cabe ao profissional iniciar uma relação de troca e investir no marketing pessoal. Ele precisa identificar rapidamente quem é o cliente e suas necessidades. Perguntar para si, o que o consumidor está buscando? A partir daí, passar confiança à esse cliente, oferecendo um produto adequado à necessidade dele.
- Como um profissional deveria se vestir e portar diante de um cliente?
As pessoas não gostam de profissionais vestidos de qualquer jeito. É complicado dizer, mas vivemos aparentemente para os outros no mundo dos negócios. Acredito que o vestuário ideal tem que passar a impressão de confiança e lealdade. Boa aparência significa ser ético. Não basta colocar um terno e gravata e chegar diante do cliente falando inverdades. Nem todo profissional que se veste bem é um exemplo para sua empresa, mas se ele buscar o conjunto, ou seja, a confiança, lealdade e ética, ele está pronto para um cargo de gestão.

Pare e Pense

"Nesta vida pode-se aprender três coisas de uma criança . Estar sempre alegre , nunca ficar inativo e chorar com vontade pelo que se quer."
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Brasileiros vivem mais

Uma recente pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) constatou que a expectativa de vida do brasileiro aumentou cinco anos e meio de 1991 a 2007. De acordo com o estudo, de 2006 a 2007, esse crescimento foi de três meses e 14 dias, oscilando de 72,28 anos para 72,57 anos. A Seguro em Pauta procurou dois especialistas em seguro de pessoas para identificar o impacto da pesquisa no produto vida.
O conselheiro do Clube Vida em Grupo do Rio de Janeiro, Lúcio Marques, acredita que, atualmente, a sociedade se preocupa com alimentação saudável e uma saúde mental e corporal, aumentando assim, a perspectiva de vida. “Esse crescimento é uma conseqüência natural dos hábitos do mundo moderno. Há uns trinta anos, uma pessoa de sessenta anos era considerada idosa. Nos dias de hoje, esse mesmo público curte a vida sem se preocupar com a idade”, explica o especialista, enfatizando que existe uma tendência de mais crescimento para o futuro e que as seguradoras precisam se preparar.
“A população com mais de 80 anos representa 18,5% da sociedade brasileira. Se parássemos para analisar uma tendência para 2050, esse índice alcançaria 30%, algo representativo e que as empresas de seguro vão precisar começar a pensar. Surgirá então, a Quarta Idade - pessoas numa faixa superior aos oitenta anos”.
Outro dado curioso divulgado pelo IBGE é que as chances de um homem entre 20 e 24 anos morrer é 4,2 vezes maior do que de uma mulher na mesma faixa etária. Segundo o professor da Escola Nacional de Seguros, em Belo Horizonte, Humberto de Oliveira Braga, algumas companhias já comercializam produtos para cada sexo. “Existe um produto no mercado chamado Seguro Homem. Caso seja diagnosticado um câncer de próstata, a seguradora adianta uma indenização ao cliente que poderá ser utilizada da maneira que ele desejar”.
Partindo do princípio que o número de pessoas idosas vai aumentar com o passar do tempo, as seguradoras terão de pensar nas condições financeiras desse mercado. “Sabemos que o produto para esse público é um pouco mais caro. Entretanto, se as companhias trabalharem com massificação, o preço será acessível a todos”, relata Humberto.

Médicos fazem seguro para cobrir possíveis erros

Fonte: Jornal do Comércio RS Geral RS
Há tempos que se ouve falar da chamada "indústria das indenizações" que acomete os Estados Unidos. Esse temor de ser condenado pela Justiça aflige fortemente a categoria dos médicos norte-americanos.A possibilidade de ter que desembolsar uma "bolada" em razão de algum erro profissional faz com que a maioria dos profissionais trabalhe com a garantia de um seguro financeiro por trás. É o que conta Allen Kachalia, da Escola de Medicina de Harvard.Segundo ele, em grande parte dos estados norte-americanos a legislação obriga a contratação de um seguro. "A intenção é preservar a casa e o restante do patrimônio conquistado ao longo da carreira, já que a seguradora é capaz de cobrir os custos advocatícios e de uma possível indenização", explica.Considerado um dos maiores especialistas em estudos sobre as causas de erros médicos e responsabilidade de profissionais, Kachalia destaca que existem casos em que algumas pessoas buscam o "dinheiro fácil". Entretanto, alerta que essa situação é controversa. "Determinados pacientes podem acabar sendo incentivados por advogados."Mas o professor de Harvard também fala sobre ações que podem minimizar os riscos de erros na Medicina. Para isso, a recomendação dele é que se busque uma relação mais próxima com o paciente. "O que a pessoa mais quer é ser ouvida pelo médico, ou seja, que ele gaste seu tempo para entender o caso". Contudo, reconhece a dificuldade que recai sobre os profissionais. "É um desafio conseguir fazer isso dado ao grande número de pacientes que temos para atender", comenta.Kachalia sugere ainda que o médico seja franco. "Em caso de algum erro, é necessário que ele informe ao paciente e discuta a situação". Mas o reconhecimento não levaria a um possível processo? "É preciso levantar mais dados sobre isso. Não temos esta resposta ainda", afirma.O norte-americano lembra outras dicas importantes para evitar erros médicos. "Também temos o foco nas questões de medicamentos, a aplicação correta deles, em dosagens adequadas". O professor ressalta que os hospitais também têm se voltado a melhorar suas estruturas, principalmente para evitar a queda de pacientes em suas instalações.Kachalia está em Porto Alegre para participar da 6ª Jornada Médico-Jurídica da Federação Nacional dos Médicos (Fenam). O evento nacional se encerra hoje, no Centro de Convenções do hotel Plaza São Rafael.

Estacionamentos são obrigados a pagar por danos ou roubo de carro

Fonte: Diário de S. Paulo - São Paulo - SP
Responsabilidade vale mesmo quando o serviço for gratuito. Se a empresa se recusar, consumidor deve acionar à Justiça.Com o comércio lotado no fim do ano por conta das compras de Natal, o risco de roubos aumenta nos estacionamentos de estabelecimentos como supermercados e shoppings. A boa notícia para o consumidor é que as empresas que oferecem o serviço são responsáveis pela segurança do veículo, mesmo que ele seja gratuito. Ou seja, terão que pagar pelo carro roubado."Não importa se o estacionamento é pago ou não. Ao oferecer o serviço, a companhia passa a ser responsável pelo bem. O correto é que as empresas contratem seguradoras para arcar com os possíveis prejuízos", afirma Maria Hebe Pereira de Queiroz, advogada especialista em defesa do consumidor.Na Justiça"Se a companhia se recusar a cumprir a lei, o consumidor deve acioná-la na Justiça. A jurisprudência é bastante clara a favor dele neste sentido", afirma Paulo Arthur Góes, diretor de fiscalização do Procon.A questão está consolidada nos tribunais do país. Em 1995, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) definiu em sua súmula-130 entendimento que deve ser seguido em todas as decisões do órgão que "a empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículo ocorridos em seu estacionamento".Em caso de dano causado durante a estadia do cliente na loja, como lataria amassada, a companhia também fica obrigada a ressarcir o consumidor. Isso não ocorre, no entanto, quando ele é o responsável pela batida. "Quando o condutor é o culpado pelo dano, o estabelecimento não arca com os custos do conserto", esclarece Luis Augusto lldefonso, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira dos Lojistas de Shopping (Alshop).Chá de sumiçoA dica para quem costuma deixar objetos de valor em seu carro é para que deixe de fazêlo. Embora a empresa continue responsável pelo eventual roubo de itens deixados no veículo, conseguir o reconhecimento disso é mais difícil. "Os tribunais têm entendido que nestes casos o consumidor precisa apresentar alguma prova para ser ressarcido", explica Maria Hebe.Quem gosta de deixar o carro nos valets também está protegido legalmente. "Os serviços de valet também são responsáveis pelo o que acontecer com o veículo", afirma a advogada.Consumidor deve guardar provaQuando perceber que foi roubado ou que seu carro sofreu algum dano, o consumidor deve tomar alguns cuidados. A administração do estabelecimento onde ele deixou o veículo deve ser avisada do incidente na hora. Na seqüência, ele deve fazer um boletim de ocorrência para registrar o evento. Há outro documento com o qual é preciso se preocupar."O consumidor deve guardar o tíquete do estacionamento para poder comprovar o roubo", afirma Paulo Arthur Góes, diretor de fiscalização do Procon-SP. Caso a empresa se negue a cumprir com sua obrigação, a prova será necessária para garantir a vitória num processo judicial.

Pare e Pense

"Profissionalmente se deve viver como o caçador de recompensas. Sempre procurando da melhor maneira se aproveitar das boas oportunidades, jamais esquecendo dos riscos envolvidos nos novos empreendimentos."
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Cresce número de amantes de motocicletas

O público feminino, além de conquistar seu espaço no competitivo mercado de trabalho, também está marcando presença no mercado de motocicletas. Estatísticas do Detran mostram que a frota de motos no Rio de Janeiro aumentou 20,6% de janeiro a setembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2007. Isso significa quase 100 mil motos a mais nas ruas da cidade em apenas um ano.
Entretanto, as empresas que oferecem esse tipo de seguro precisam buscar algo atrativo para o cliente. A Porto Seguro oferece um guincho especialmente desenvolvido para a remoção de veículos de duas rodas. Segundo Marcelo Sebastião, diretor do Porto Seguro Auto, este é mais um benefício para facilitar a vida do segurado.
“Remover motocicletas requer cuidados especiais, um tanto diferentes daqueles empregados aos automóveis. Com o uso do equipamento adequado, projetado unicamente para esse fim, a remoção de uma moto torna-se mais ágil”, explica o executivo, destacando que o segurado tem direito ao Porto Socorro Básico: Serviço 24 horas de guincho, assistência de falha mecânica, elétrica, pane seca (falta de combustível), chaveiro e socorro por danos aos pneus.
Já a Mapfre Seguros, comercializa o Mapfre Duas Rodas Special. O produto é destinado a consumidores pessoas físicas e jurídicas que possuem motos a partir de 500 cc. Se a moto for 0 KM, em casos de roubo, furto ou incêndio em até 90 dias da compra, a seguradora faz a reposição pelo valor de uma nova e, em caso de colisão total a reposição pelo valor de uma nova é feita em até 180 dias.
Para o vice-presidente da unidade de automóveis da companhia, Jabis de Mendonça Alexandre, o desenvolvimento de produtos específicos demonstra a preocupação da Mapfre em atender o consumidor. “Fornecer coberturas que permitem diversas alternativas aos segurados faz parte da política diferenciada da empresa”.
Dentre as assistências estão a remoção inter-hospitalar, transporte ou hospedagem, envio de combustível, serviços de despachantes, transporte para recuperação da moto, troca de pneu, entre outros.

Pare e Pense

" Jamais perca a chance de mostrar sua proficuidade (Utilidade). Você nunca sabe se está sendo observado."
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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Carros lideram prejuízos em SC

Os seguros de veículos foram até agora os mais atingidos pelas fortes enchentes em Santa Catarina. Várias seguradoras, como Bradesco, HDI, Liberty e Mapfre já contabilizam os primeiros prejuízos, mas dizem que os danos podem ser muito maiores. Além dos carros, apólices residenciais, de estabelecimentos comerciais e empresariais já foram acionadas nos últimos dias em meio ao caos provocado pelas chuvas.
O Estado de Santa Catarina já movimentou R$ 1,64 bilhão este ano em prêmios de seguros, até setembro. Os sinistros contabilizados somam R$ 585 milhões, mas os especialistas dizem que esse número vai, no mínimo, dobrar com a inclusão dos dados das últimas duas semanas, que só devem estar prontos em janeiro de 2009. A região tem mais de 900 mil veículos segurados. O Sincor-SC (sindicato dos corretores de seguro do Estado) fez estimativas preliminares de 2 mil sinistros em carros apenas nos últimos dias, segundo Odair Rodes, presidente do sindicato.
A Bradesco Seguros, a líder no Estado, com 22% do mercado, já recebeu 550 pedidos de reboque de veículos, dos quais 80 foram classificados como perda total e 40 tiveram o sinistro pago, totalizando R$ 3,5 milhões, conta Ricardo Saad, diretor geral da Bradesco Auto/RE, que passou ontem pela região para avaliar as perdas.
Segundo ele, a dinâmica do mercado de seguros veículos, produto muito mais difundido, é mais rápida que a do mercado de residências, por isso, os prejuízos apareceram primeiro nos carros. No caso das casas, há o fato de a cobertura contra enchentes e alagamentos ser adicional ao pacote básico oferecido (que cobre vendavais e quedas de raio, por exemplo). Quem não contratou a cobertura extra, não terá a indenização.
A Liberty Seguros, outra que é forte na região, contabilizou 250 sinistros em carros e 100 em pequenas propriedades comerciais e residências, conta Luiz Francisco Minarelli, diretor de sinistros da seguradora. Ele estima que de 40% a 50% dos sinistros vão ser de perda total. A Liberty, além das oficinas próprias, alugou oficinas locais extras para atendimento aos seus seguradoras e arrumou pátios para colocar os carros danificados.
Na Mapfre, foram verificadas 150 sinistros em carros. Mas a seguradora estima perdas ainda em outras apólices, como o seguro de transporte e o de crédito à exportação, comprometidos pelo fechamento do Porto de Itajaí, afirma Dirceu Tiegs, vice-presidente da área de mercados da Mapfre. A seguradora ainda não sabe avaliar as perdas, por conta do caos que a região ainda está. A seguradora deslocou sua diretoria regional e técnicos de São Paulo para as cidades atingidas.
A HDI, com 127 mil veículos segurados em Santa Catarina, registrou até agora 214 sinistros de automóvel. A estimativa, segundo Carlos Collino, diretor de sinistros da HDI, é de que sejam reportados entre 300 e 350 sinistros - dos quais 60% devem ser perda total por alagamento, o que corresponde a um prejuízo de R$ 4 milhões.
Entre as empresas, também começam a aparecer as primeiras ocorrências. Alberto Encinas, o presidente da Gomes da Costa (GDC), maior empresa de conservas de peixe do Brasil, acionou o seguro para recompor as perdas com a inundação. A GDC tem em Itajaí duas unidades, uma de embalagens, e outra para fabricação de conservas. Esta última, sua principal fábrica no país, com 1,3 mil funcionários, foi duramente afetada pela água.
Encinas não revelou as características do seguro que a empresa possui nem estimou as perdas. Segundo ele, a empresa possui seguro total e os peritos ainda estão realizando os cálculos dos prejuízos. A água na fábrica da GDC, à beira do Rio Itajaí-Açu, atingiu até um metro de altura. Os principais problemas foram em maquinários elétricos e na paralisação das atividades por 10 dias.
De acordo com o secretário de pesca de Itajaí, Antonio Carlos Momm, são raras as empresas de pesca que possuem seguro. Encinas explica que a GDC o possui por ter adotado no Brasil a mesma política que o grupo tem nas demais unidades em outros países. A GDC foi comprada pelo grupo espanhol Calvo em 2004.
O presidente do Sindicato das Indústrias Têxteis de Blumenau e região (Sintex), Ulrich Kuhn, disse que boa parte das empresas do setor possui seguro e eles foram acionados já na semana passada. Segundo ele, algumas apólices incluem lucro cessante em caso de comprometimento da produção por alagamento, mas isso não é uma regra geral.
"As empresas, na sua grande maioria, não tiveram perdas de maquinário. Acionaram o seguro principalmente por eventuais problemas na parte física", diz. Kuhn, que também é diretor da Hering, exemplificou que a própria empresa acionou o seguro porque entrou água em um depósito de fios.
O presidente do Sintex preferiu não estimar o valor dos sinistros. Na segunda-feira passada, quando a cidade de Blumenau ficou parada, e as empresas têxteis não trabalharam, o Sintex estimou prejuízo de US$ 5 milhões no dia, considerando só Blumenau, e de US$ 15 milhões se forem levadas em conta todas as indústrias têxteis do Vale do Itajaí. Os parques fabris não sofreram graves inundações, tirando algumas exceções. A principal perda foi de paralisação das atividades por falta de mão-de-obra e pelo caos que se instalou na infra-estrutura da cidade.
Já o presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas de Santa Catarina (Fetrancesc), Pedro Lopes, calcula que as empresas de transporte tiveram prejuízos de R$ 1 milhão nos seis primeiros dias mais graves das enchentes. Lopes diz que outras perdas ainda virão porque há ainda vias importantes interditadas como a SC-470 no Vale do Itajaí.

Pare e Pense

"Toda oportunidade tem um custo. Se aproveitada torne-se um investimento . Se negligenciada pode tornar-se um débito irrecuperável."
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Seguradora prevê prejuízo de R$ 1 bilhão com as chuvas no Sul

SÃO PAULO - As chuvas em Santa Catarina já trazem prejuízos para as seguradoras. Segundo pesquisa do professor da Escola Nacional de Seguros (Funenseg) e sócio da Correcta Seguros, Gustavo Cunha Mello, os prejuízos das seguradoras com as chuvas devem chegar a quase R$ 1 bilhão. A pesquisa aponta de que as maiores perdas serão nos seguros de automóveis, de até R$ 600 milhões. A estatística do setor de automóvel foi feita com base em Blumenau e Itajaí, os municípios mais afetados, com aproximadamente 27 mil veículos segurados em 2008. "Supondo que todos tenham perda total com as enchentes, esse prejuízo será dividido pelas principais companhias que suportam este risco naquela região: Bradesco (19%), Liberty (15%), HDI (14%), Sul América (12%), Allianz (7%) e Mapfre (6%), entre outras seguradoras com menor participação." A HDI, por exemplo, com uma frota de 127 mil veículos segurados no estado, já registrou 214 sinistros de automóvel. A estimativa da empresa, segundo o diretor de Sinistros, Carlos Collino, é de que no total sejam reportados entre 300 e 350 sinistros. Destes, 60% devem configurar perda total por alagamento, o que corresponde a um prejuízo da ordem de R$ 4 milhões na carteira de automóvel. Outro ramo incluso na pesquisa foi o seguro empresarial, no qual as perdas podem chegar a R$ 333 milhões, já que 66% das apólices têm garantia de lucros cessantes por paralisação acidental na sua produção, somando até R$ 2 bilhões em cobertura. "A cobertura de lucros cessantes, normalmente as empresas contratam para um período de seis meses, e esta cobertura é pró-rata pelo período de paralisação; supondo que demore 1 mês até a retomada das operações das indústrias, estimamos R$ 330 milhões em prejuízos segurados", diz Mello. Em relação ao seguro residencial, os prejuízos devem chegar a R$ 40 milhões devido à pouca penetração deste seguro na região. Segundo Mello, aproximadamente 9% dos seguros residenciais são contratados em Santa Catarina, mas apenas 4% possuem cobertura de alagamento, numa estimativa de R$ 6 milhões em cobertura. "Outros 20%, em média, dos seguros residenciais, incluem a cobertura de desmoronamento, garantindo até R$ 420 milhões em Santa Catarina", afirma Mello. Procuradas pelo DCI, outras seguradoras com maior representação em Santa Catarina ainda não contabilizaram as perdas devidas à catástrofe. A Mapfre, por exemplo, já estima perdas no setor de automóvel e ainda em setores não massificados, como seguro de crédito à exportação por conseqüência dos danos causados no Porto de Itajaí. Segundo Dirceu Tiegs, vice-presidente da Mapfre, no seguro residencial, apenas um sinistro foi detectado até agora.

Pare e Pense

"Não há pessoa mais perigosa, para si mesma e para os outros , do que aquela que julga sem conhecer os fatos."
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Doações para reparar catástrofe no Sul

As chuvas que castigaram o Estado de Santa Catarina no último final de semana deixaram mais de 90 mortos em vários municípios e cerca de 78 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas. Mais de três mil profissionais de seguros foram mobilizados pelo Sindicato dos Corretores de Seguros do Paraná (Sincor-PR) e delegacias regionais para ajudar as vítimas.
Segundo o diretor Financeiro do Sincor-PR, Luiz Cláudio Trindade Gomes, a iniciativa veio da presidência. “Fui chamado pelo presidente, Robert Bittar, que me explicou sobre sua idéia de mobilizar os nossos corretores para ajudar a população atingida pela tragédia”, explica ele, enfatizando que algumas companhias já manifestaram apoio. “Algumas empresas entraram em contato conosco, solicitando informações sobre o que estaríamos recolhendo, dentre elas uma transportadora que nos ofereceu ajuda para entregar todas as doações. Acho que a população deveria pensar nas vítimas como se fossem da família e oferecer ajuda”.
O Sindicato está solicitando a doação de alimentos não perecíveis, roupas, calçados, cobertores e roupas de cama. O corretor de seguros Adriano Rocha Dal’Jovem apóia a idéia e acredita que as pessoas poderiam doar dinheiro. “Além do que o Sindicato está pedindo, poderia ser criado um fundo para arrecadar dinheiro pensando no futuro dessas pessoas. O montante arrecadado poderia ajudar na construção de casas e na compra de comida".
Onze municípios já decretaram estado de calamidade pública: Blumenau, Gaspar, Rio dos Cedros, Nova Trento, Camboriú, Benedito Novo, Pomerode, Luis Alves, Itajaí, Rodeio e Itapoá. De acordo com a Defesa Civil, o governo do estado decretou situação de emergência nos outros municípios atingidos. As áreas mais afetadas no são o litoral, o Vale do Itajaí e o norte do estado.
As doações também podem ser entregues nestes endereços: R. Dr. Reynaldo Machado, 1.309 (Curitiba), R. Dr. Colares, 257 – sala 303 (Ponta Grossa), Av. Higienópolis, 174 – sala 301 (Londrina), Av. Carneiro de Leão, 135 – sala 1101 (Maringá) e Av. Brasil, 6282 – sala 21 (Cascavel). A Defesa Civil de Santa Catarina abriu contas correntes para receber contribuição em dinheiro. As informações estão no www.defesacivil.sc.gov.br.

Seguradoras contabilizam sinistros

São Paulo, 27 de Novembro de 2008 - As seguradoras brasileiras se movimentam para contabilizar as perdas causadas pelas chuvas em Santa Catarina. A maior preocupação é com as coberturas de desmoronamento, alagamento, danos elétricos, vendaval e lucros cessantes para seguros residencial e empresarial, além de graves sinistros esperados no ramo automóveis e vida.
A Caixa Seguros, empresa da Caixa Econômica Federal, recebeu 80 avisos de sinistros da região afetada apenas nesta semana. O diretor Marco Antônio Jardim espera que os chamados cheguem a 200 até sexta-feira. "Nos seguros de riscos empresarial e residencial, que não cobrem alagamentos, estimamos prejuízos de R$ 500 mil até agora, mas devem aumentar até o fim da semana", disse.
"Os sinistros de veículos serão maiores que os registrados em Belo Horizonte pelas chuvas de granizo, porque alagamento gera perda total do automóvel", afirmou Dirceu Tiegs, vice-presidente de mercado da Mapfre, destacando que apenas na terça-feira a comunicação telefônica foi restabelecida e é preciso esperar as águas baixarem dar mais efetividade às ações das seguradoras.
As companhias também procuram acelerar os trabalhos de atendimento aos segurados e de apuração de sinistros. Disponibilizaram mais guinchos e reboques e destacaram profissionais de outros estados para avaliar os danos ocorridos nas cidades afetadas pelo aguaceiro. Terceira maior seguradora em volume de prêmios em Santa Catarina, a Mapfre criou um serviço de 0800 para clientes e para a população em geral e está veiculando mensagens na televisão local.
Para o vice-presidente de tecnologia e serviços da SulAmérica, Luis Furtado, a situação preocupa. "O problema é visivelmente grave, temos uma frota de 110 mil veículos segurados no estado. Estamos aguardando para avaliar as perdas. No momento, organizamos algumas frentes de trabalho, como assistência 24 horas e uma célula de contingência para priorizar chamadas da região."
De acordo com levantamento do economista Gustavo Cunha Mello, sócio da Correcta Seguros e professor Escola Nacional de Seguros (Funenseg), com base em dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), o estado de Santa Catarina acumula mais de 3,4 milhões de apólices para esses riscos, que totalizam mais de R$ 100 bilhões. "É um estado com forte cultura de seguro, mas ainda é cedo para afirmar o total de prejuízos, já que os sinistros estão concentrados em poucas cidades, as apólices são particulares e nem todas seguradoras cobrem riscos de alagamento ou lucros cessantes." Mello ressaltou que os dados são de 2005. "São os últimos disponíveis, mas normalmente seguem o mesmo padrão de crescimento do mercado segurador, que foi de 18% em 2006 e de 20% em 2007", explicou.
O professor da Funenseg destacou ainda que a catástrofe poderá gerar aumentos de preços. "O mercado de seguros é muito nervoso. Diante de um índice de sinistralidade maior há o aumento de preço ou uma restrição maior de aceitação de riscos. É uma reação natural, depois de uma situação de catástrofe", disse. "O alívio é que taxas para seguros contra vendaval, granizo e alagamento são baixas", observou.

Pare e Pense

"O jogo da conquista tem muitos truques e só um desafio: vencer o medo de demonstrar amor."
(?) Recebido por email

Pare e Pense

"O Homem perde a saúde para juntar dinheiro, e gasta o dinheiro para cuidar da saúde"
("Dalai Lama " Colaboração de FRANCISCO ARAÚJO)

Previdência vira hábito

O Natal está chegando e a sociedade começa a se movimentar e entrar no ritmo da época. Que tal dar um presente diferente este ano que garanta o futuro das pessoas? É isso mesmo, investir em um plano de previdência privada está virando hábito para famílias brasileiras. Desta forma, a Seguro em Pauta decidiu explicar melhor o produto.
Para quem não sabe como funciona, a previdência privada é um sistema para acumular recursos que garantam uma renda mensal no futuro, especialmente no período em que se deseja parar de trabalhar ou construir um futuro para os filhos.
Atualmente, muitos adquirem um plano como forma de garantir uma renda razoável ao fim de sua carreira profissional. Os produtos mais comuns são o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre), que permitem o acúmulo de recursos por um prazo contratado. Durante esse período, o dinheiro depositado vai sendo investido e rentabilizado pela seguradora escolhida pelo cliente.
A principal distinção entre eles está na tributação. No PGBL, o segurado deduz o valor das contribuições da sua base de cálculo do Imposto de Renda, com limite de 12% da sua renda bruta anual. Assim, poderá reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar sua restituição de IR. O benefício é mais indicado para aqueles que fazem a declaração do Imposto de Renda pelo formulário completo e são tributados na fonte.
Para quem faz declaração simplificada ou não é tributado na fonte, como autônomos, o VGBL é o mais indicado. Outra boa opção deste benefício é o cliente que deseja diversificar seus investimentos ou aplicar mais de 12% de sua renda bruta em previdência. Isto porque a tributação acontece apenas sobre o ganho de capital.

Pare e Pense

"Não deixe que somente o entusiasmo seja o motivo de seu trabalho. Cultive o amor pelo que faz, pois o entusiasmo é da mente e o amor é do coração, do sentimento. O que é da mente é passageiro, o amor é eterno. Procure envolver com amor tudo aquilo que fizer com entusiasmo." (?)

Investimentos a longo prazo, uma necessidade

Cresce o interesse da população em garantir uma aposentadoria segura e justa. Em momentos de incerteza econômica, o mercado vende a segurança do baixo risco
LUIZ SILVEIRA E LUCIANO MÁXIMO
SÃO PAULO
Nem mesmo a crise financeira global parece ameaçar a evolução da previdência complementar no Brasil. Ao contrário. Em momentos como o atual, de incertezas sobre o desempenho das aplicações de curto prazo, ganham ainda mais destaque os investimentos de longo prazo. E a previdência é aquele que mais se enquadra no perfil de risco reduzido, por conta do extenso período de contribuição, tradicionalmente voltada para garantir uma aposentadoria complementar ou garantir projetos de vida diversos, como o custeio da educação dos filhos dos aplicadores.
Prova disso são os números da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), que mostram que, em setembro, no início da crise internacional, os planos de Previdência complementar brasileiros captaram R$ 2,4 bilhões, 23,2% acima do mesmo mês de 2007. No acumulado dos três trimestres deste ano, o crescimento chega a 19% sobre o mesmo período do ano passado.
Cada vez mais grandes bancos - como o Bradesco, líder absoluto no segmento, com market share de 35,27% em captações -- aproveitam a escala de seus negócios para popularizar o mercado de previdência privada. As instituições bancárias e seguradoras independentes disputam o mercado palmo a palmo para oferecer diferentes tipos de produtos a públicos que antes tinham que se contentar apenas com a previdência pública para garantir alguma renda adicional após deixar o mercado de trabalho.
Nessa linha de crescimento, o avanço de renda da classe C transforma essas faixas da população nos mais novos alvos das companhias de previdência privada. Aos poucos, como aponta o vice-presidente da Fenaprevi, Renato Russo, esse tipo de investimento está deixando de ser exclusividade de executivos e profissionais de alta renda para se tornar uma opção essencial para a garantia de renda na velhice de toda a população. Já há planos de baixo investimento acessíveis para aqueles que querem apenas complementar a renda oferecida pela Previdência Social, com contribuições mensais a partir de R$ 10.
"Alcançar este segmento é mais um objetivo de educação financeira. Temos que olhar para essa questão e ampliar o leque de produtos, na perspectiva de que a classe C de hoje não será a classe C de amanhã, graças à mobilidade social. Mais recentemente, passamos a enxergar a classe média baixa como uma massa cada vez maior de novos clientes que procuram iniciar o seu planejamento financeiro de longo prazo", analisa Renato Russo.
Mas a crescente preocupação do brasileiro em entrar com maior segurança financeira na terceira idade não decorre apenas de novos produtos e campanhas publicitárias promovidas pelas empresas de previdência privada. O envelhecimento da população está intimamente ligado a esse processo, e também está exigindo adaptações dos planos a uma expectativa de vida crescente: os segurados estão vivendo mais, e recebendo o beneficio da previdência por mais tempo.
Também colabora para a disparada do mercado de Previdência privada no Pais a adoção de planos como beneficios corporativos oferecidos pelas empresas a seus funcionários, dentro das políticas de retenção e atração de talentos. E não só as grandes companhias, mas também muitos pequenos e médios negócios já enxergam na previdência privada uma ferramenta acessível de recursos humanos. "E uma questão cultural. Nos Estados Unidos, por exemplo, os planos de Previdência privada das empresas aos empregados são os complementares, enquanto os produtos individuais são considerados suplementares, mais uma opção de investimento", comenta Edson Franco, presidente da Real Tokio Marine Vida e Previdência.
Por fim. para aqueles que ainda tem dúvidas sobre as estrategias de investimento que devem adotar agora e o papel que a Previdência privada pode ter neste planejamento, um artigo do professor da USP e ex-secretário de Previdência Complementar do Ministério da Previdência Social, José Roberto Savoia, esclarece. "Quanto antes se iniciar a poupança voluntária, melhor será o resultado final. Não há políticas de educação financeira no Pais, apenas iniciativas isoladas. Nossa cultura não valoriza o habito de poupar. Nossos jovens são impelidos ao consumo e valorizam o imediato, poupando muito pouco. É imprescindível alterarmos esta cultura e incentivarmos hábitos saudáveis de poupança".

Pare e Pense

"Faça tudo sempre com dedicação e amor, tendo em mente que você não deve nunca provar nada para ninguém."
(?)

Polícia prende acusados de golpe contra Seguradoras de carros

Policiais civis prenderam ontem oito integrantes de uma quadrilha acusada de fraudes milionárias contra seguradoras de carros: foram R$ 2 milhões nos últimos dois anos. O grupo contava com a ajuda de uma inspetora da 16aDP (Barra da Tijuca), bairro onde a quadrilha agia: era ela quem registrava os falsos roubos de veículos blindados. A operação que desbaratou o bando foi batizada de Blindagem Segura.
- A inspetora era peça fundamental no esquema. Ela fez oito registros falsos, com certeza.
Não sabemos ainda se ela pode ter pedido a colegas para registrar outros roubos - disse o delegado Flávio Brito, da 60ª DP (Campos Elíseos).
Os criminosos compravam carros de luxo com blindagem com validade próxima de vencer (o prazo é de cinco anos), o que barateava muito o preço de mercado deles. Mesmo assim, os automóveis tinham valor de seguro alto e ainda um adicional de R$ 50 mil ao prêmio por causa da blindagem.
O empresário Marcelo Sales Scola e o técnico judiciário Paulo Maurício Freitas Pinto eram, segundo as investigações, os chefes da quadrilha.
Ambos compravam os carros e contavam com a ajuda de quatro mulheres para conseguir pessoas para fazer os registros falsos de roubo: a advogada Eliane Capello Lamarca (mulher de Marcelo), a donade-casa Vênus Pinho (mulher de Paulo), a técnica judiciária Aparecida Lima e a advogada Maruska Amorim.
A inspetora Cláudia Gaspar registrava as queixas e o despachante Marcus da Cunha teria contatos em seguradoras para fazer com que os veículos, mesmo com blindagem perto do fim do prazo de validade, fossem segurados.
As prisões aconteceram em três bairros: Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes e Vila da Penha. Sete dos acusados estavam em casa quando foram surpreendidos. Já a policial recebeu voz de prisão do delegado titular da 16ª DP, Carlos Augusto Nogueira Pinto.
Em imóveis na Penha, em Rocha Miranda e Brás de Pina, a polícia apreendeu celulares, documentos, jóias, carnês de prestação de carros, placas e três computadores portáteis.
A investigação que gerou a Blindagem Segura começou há oito meses e foi feita com base em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Segundo o delegado Flávio Brito, só no período de monitoramento, a quadrilha usou pelo menos 16 carros para golpes.
Quanto ao destino dos automóveis depois da falsa comunicação de roubo, o delegado acredita que eles eram vendidos para fora do país: - O Paraguai, por exemplo, é um mercado muito bom de blindados roubados.
O próximo passo nas investigações é identificar quem eram as pessoas recrutadas pela quadrilha para fazer os registros de ocorrência falsos e se havia funcionários das seis seguradoras lesadas - algumas em até R$ 700 mil - passando informações para o bando.
Os acusados foram autuados por formação de quadrilha e estelionato. Já a policial responderá a inquérito também por corrupção ativa.

Pare e Pense

"Entre as ruínas sempre poderá nascer uma flor. A felicidade cresce e frutifica quando acreditamos no amor. "
(Roque Schneider)

O seguro de vida e a agravação de Risco

Recente decisão do STJ, relatada pelo Ministro Ari Pargendler, entendeu que, se o segurado faleceu em acidente de trânsito quando conduzia seu veículo em estado de embriaguez, o beneficiário não faz jus ao recebimento do capital previsto em contrato de seguro de vida.
A decisão criou imediata polêmica, dividindo opiniões: uns a consideraram correta, enquanto outros a criticaram duramente. O advogado Ernesto Tzirulnik, presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Seguro, recentemente manifestou-se acerca do assunto em breve artigo intitulado “Seguro e estabilidade jurídica”, reproduzido no Cliping n° 1368, da AIDA, de 4 de novembro p.p.
Ernesto Tzirulnik é, para mim e para muitos, profissional brilhante, mas, quanto à sua manifestação sobre o assunto - que envolve o instituto da agravação de risco no seguro de vida -, nossas opiniões não coincidem, embora concorde com sua afirmação de que não se pode equiparar o ébrio ao estuprador, ao latrocida, ao incendiário. De resto, a mim nunca ocorreu que a equiparação fosse necessária para levar o motorista ébrio à perda do direito à garantia do seguro de vida.
Se analisarmos conjuntamente, cotejando-os, os dois artigos do Código Civil que tratam da agravação de risco - arts. 768 e 769 -, veremos que eles regulam de maneira diversa a aplicação do instituto conforme a agravação decorra de culpa ou não do segurado.
A hipótese de agravação sem culpa é regulada pelo art. 769. A agravação resulta de ato ou fato que escapa à órbita de controle do segurado, e, por isso mesmo, embora tenha o segurador o direito de resolver o contrato, obriga-se a garantir o risco - já agravado - ainda por um período de tempo.
Já o art. 768 regula hipótese em que o risco é intencionalmente agravado pelo segurado, e a perda ao direito à garantia ocorre no mesmo exato momento da agravação, independentemente de qualquer condicionante. Agravar intencionalmente o risco significa fazê-lo conscientemente, ou seja, o segurado estará agindo, para utilizar expressão recentemente cunhada pelo Desembargador Sylvio Capanema, com “culpa consciente”, e isto é o quanto basta para levar à perda do direito.
Noutras palavras, embora o art. 768 refira-se a agravação intencional, ele não exige o dolo no comportamento do segurado, no sentido de pretender a realização do risco.
E, quanto a isto, parece concordar o Dr. Ernesto Tzirulnik, que assim se pronunciou em sua obra “O Contrato de Seguro de Acordo com o Novo Código Civil Brasileiro” (TZIRULNIK, Ernesto; CAVALCANTI, Flavio de Queiroz B.; PIMENTEL, Ayrton. RT, 2ª ed., São Paulo, 2003, p. 81.):
“É necessário diferenciar a intenção de agravar o risco da prática intencional de ato que leva despercebidamente a essa agravação. Neste último caso, a solução dependerá da gravidade ou intensidade dos efeitos gravosos do comportamento. Comportando-se o segurado de maneira que a realização do risco ou o aumento da intensidade dos seus efeitos se torne previsível, é de se aplicar a regra da caducidade.”
Por outro lado, não vislumbro, na opinião que defendo nenhuma contradição com o seguro de responsabilidade civil, em que o risco coberto é, nos limites do contrato, o de suportar danos que o segurado tenha causado a terceiros por culpa, até porque, mesmo ao seguro de responsabilidade civil, se aplica o instituto da agravação de risco.
Diga-se, ainda, que o art. 769 remete o intérprete à imediata conclusão de que o risco agravado é aquele que se prolonga no tempo - até porque, não fosse assim, seria impossível a aplicação prática do dispositivo, com a fixação de prazos para segurado e segurador manifestarem-se a respeito. Mas, contrariamente, o art. 768 não distingue a agravação ocasional da não ocasional, não cabendo ao intérprete fazê-lo. E, ainda que “mundo afora” não se aplique a agravação de risco ao seguro de vida, em nosso país ela se aplica.
Embora meus argumentos possam ser um a um, rebatidos, ainda mais se tomando em conta o já mencionado brilhantismo do meu circunstancial opositor, a verdade é que a ousadia desta manifestação pública nasceu, especialmente, em razão da seguinte afirmativa sua:
“É verdade que o art. 768 do Código Civil diz que o segurado perderá o direito à garantia se agravar intencionalmente o risco objeto do contrato. Mas é o segurado que perde a garantia, e não o beneficiário que perde o direito ao capital segurado.”
Considero que, se o segurado perde a garantia contratual ao agravar o risco, impossível afirmar que o beneficiário não perde o direito ao capital segurado: se não havia garantia contratual no momento do sinistro, como este fato não afastaria do beneficiário o direito ao capital segurado? Se o pagamento do capital decorre da prestação principal do segurador, que é a prestação da garantia, como ocorrerá aquele sem esta?
Relevante, por fim, destacar a importância, para qualquer modalidade de seguro, do equilíbrio entre prêmio e risco e da permanência desse equilíbrio durante toda a vida do contrato. Todos sabem que o cálculo de taxa de prêmio considera, além do mais, a sinistralidade de um período anterior. Assim, se sinistros recusados em razão de agravação de risco forem pagos, por óbvio que a taxa de prêmio será, consequentemente, majorada, a dano de todos os membros da coletividade que adotam a comezinha cautela de não dirigir após beber.
Aproveito a oportunidade para afirmar que não me anima o anseio de ser paladino da sociedade abstêmia. Apenas considero que divergir, em matéria de direito, é tão saudável quanto respirar.
Adilson José Campoy
Sócio da Pimentel e Associados Advocacia