quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Seguradora prevê prejuízo de R$ 1 bilhão com as chuvas no Sul

SÃO PAULO - As chuvas em Santa Catarina já trazem prejuízos para as seguradoras. Segundo pesquisa do professor da Escola Nacional de Seguros (Funenseg) e sócio da Correcta Seguros, Gustavo Cunha Mello, os prejuízos das seguradoras com as chuvas devem chegar a quase R$ 1 bilhão. A pesquisa aponta de que as maiores perdas serão nos seguros de automóveis, de até R$ 600 milhões. A estatística do setor de automóvel foi feita com base em Blumenau e Itajaí, os municípios mais afetados, com aproximadamente 27 mil veículos segurados em 2008. "Supondo que todos tenham perda total com as enchentes, esse prejuízo será dividido pelas principais companhias que suportam este risco naquela região: Bradesco (19%), Liberty (15%), HDI (14%), Sul América (12%), Allianz (7%) e Mapfre (6%), entre outras seguradoras com menor participação." A HDI, por exemplo, com uma frota de 127 mil veículos segurados no estado, já registrou 214 sinistros de automóvel. A estimativa da empresa, segundo o diretor de Sinistros, Carlos Collino, é de que no total sejam reportados entre 300 e 350 sinistros. Destes, 60% devem configurar perda total por alagamento, o que corresponde a um prejuízo da ordem de R$ 4 milhões na carteira de automóvel. Outro ramo incluso na pesquisa foi o seguro empresarial, no qual as perdas podem chegar a R$ 333 milhões, já que 66% das apólices têm garantia de lucros cessantes por paralisação acidental na sua produção, somando até R$ 2 bilhões em cobertura. "A cobertura de lucros cessantes, normalmente as empresas contratam para um período de seis meses, e esta cobertura é pró-rata pelo período de paralisação; supondo que demore 1 mês até a retomada das operações das indústrias, estimamos R$ 330 milhões em prejuízos segurados", diz Mello. Em relação ao seguro residencial, os prejuízos devem chegar a R$ 40 milhões devido à pouca penetração deste seguro na região. Segundo Mello, aproximadamente 9% dos seguros residenciais são contratados em Santa Catarina, mas apenas 4% possuem cobertura de alagamento, numa estimativa de R$ 6 milhões em cobertura. "Outros 20%, em média, dos seguros residenciais, incluem a cobertura de desmoronamento, garantindo até R$ 420 milhões em Santa Catarina", afirma Mello. Procuradas pelo DCI, outras seguradoras com maior representação em Santa Catarina ainda não contabilizaram as perdas devidas à catástrofe. A Mapfre, por exemplo, já estima perdas no setor de automóvel e ainda em setores não massificados, como seguro de crédito à exportação por conseqüência dos danos causados no Porto de Itajaí. Segundo Dirceu Tiegs, vice-presidente da Mapfre, no seguro residencial, apenas um sinistro foi detectado até agora.

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