terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Médicos fazem seguro para cobrir possíveis erros

Fonte: Jornal do Comércio RS Geral RS
Há tempos que se ouve falar da chamada "indústria das indenizações" que acomete os Estados Unidos. Esse temor de ser condenado pela Justiça aflige fortemente a categoria dos médicos norte-americanos.A possibilidade de ter que desembolsar uma "bolada" em razão de algum erro profissional faz com que a maioria dos profissionais trabalhe com a garantia de um seguro financeiro por trás. É o que conta Allen Kachalia, da Escola de Medicina de Harvard.Segundo ele, em grande parte dos estados norte-americanos a legislação obriga a contratação de um seguro. "A intenção é preservar a casa e o restante do patrimônio conquistado ao longo da carreira, já que a seguradora é capaz de cobrir os custos advocatícios e de uma possível indenização", explica.Considerado um dos maiores especialistas em estudos sobre as causas de erros médicos e responsabilidade de profissionais, Kachalia destaca que existem casos em que algumas pessoas buscam o "dinheiro fácil". Entretanto, alerta que essa situação é controversa. "Determinados pacientes podem acabar sendo incentivados por advogados."Mas o professor de Harvard também fala sobre ações que podem minimizar os riscos de erros na Medicina. Para isso, a recomendação dele é que se busque uma relação mais próxima com o paciente. "O que a pessoa mais quer é ser ouvida pelo médico, ou seja, que ele gaste seu tempo para entender o caso". Contudo, reconhece a dificuldade que recai sobre os profissionais. "É um desafio conseguir fazer isso dado ao grande número de pacientes que temos para atender", comenta.Kachalia sugere ainda que o médico seja franco. "Em caso de algum erro, é necessário que ele informe ao paciente e discuta a situação". Mas o reconhecimento não levaria a um possível processo? "É preciso levantar mais dados sobre isso. Não temos esta resposta ainda", afirma.O norte-americano lembra outras dicas importantes para evitar erros médicos. "Também temos o foco nas questões de medicamentos, a aplicação correta deles, em dosagens adequadas". O professor ressalta que os hospitais também têm se voltado a melhorar suas estruturas, principalmente para evitar a queda de pacientes em suas instalações.Kachalia está em Porto Alegre para participar da 6ª Jornada Médico-Jurídica da Federação Nacional dos Médicos (Fenam). O evento nacional se encerra hoje, no Centro de Convenções do hotel Plaza São Rafael.

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