Com uma vida voltada ao combate à fraude no Brasil, o advogado criminalista Pedro Paulo Negrini, presidente do Grupo Negrini, conversou com a Seguro em Pauta sobre a sua trajetória de 30 anos nesse segmento e deu sua opinião sobre como o mercado de seguros tem agido em relação ao tema. “De zero a dez, eu diria que o estágio do combate à fraude no seguro já está no nível cinco”, analisa Negrini.
O sr acha que a fraude nos seguros tem diminuído ou aumentado nos últimos 30 anos?
A indústria do seguro está se protegendo mais contra a fraude. A fraude é um mal que não afeta somente o seguro. Afeta até o orçamento da República. Não existe segmento econômico que não seja afetado pela fraude. Na medida em que a atividade seguradora se amplia no Brasil, também aumenta o número de fraudes. Hoje existem mais autos segurados, mais pessoas seguradas nos ramos de vida e saúde, mais transporte sendo segurado.
Na sua opinião, como o mercado tem se comportado no combate às fraudes?
O mercado vem adotando melhores sistemas, primeiramente para a quantificação da fraude, e depois para combatê-la. Não há dúvida de que a consciência da necessidade do combate e os meios para executar tal combate são hoje mais fortes do que eram há tempos atrás. De zero a dez, eu diria que o estágio do combate à fraude no seguro já está no nível cinco. Negar o pagamento de um sinistro fraudulento talvez tenha deixado de ser a prioridade. O mais importante é criar a conscientização de que fraudar o seguro é um crime que afeta a todos os segurados. O combate deve ser executado por profissionais especializados e bem valorizados. Os resultados dos esforços despendidos não podem ser medidos pelo volume de quantias que deixarem de ser pagas em sinistros comprovados como fraudulentos, mas pelo quanto que se vier a mudar na cultura de não fraudar e pelo quanto se criar de inibição com punições a fraudadores detectados.
Como é feita a investigação para provar uma ação fraudulenta?
A detecção da fraude começa pelo exame de autenticidade dos documentos que instruem um processo de regulação. Depois, pela submissão de todos os nomes de pessoas envolvidas em um sinistro fraudulento a um sistema de banco de dados. Depois pelas investigações de campo, se necessário. Comprovada uma fraude, é bom que a notícia do fato seja levada à Polícia ou ao Ministério Público.
Fale um pouco sobre as empresas do Grupo.
O Grupo passou a existir em agosto de 1978, quando se criou uma organização especializada na coleta da prova. Nada em Juízo vale se não estiver provado. A atividade começou com a execução de investigações e auditorias, que são controles com o objetivo de comprovação de irregularidades, abusos ou crimes. Para que um fato seja considerado criminoso é necessário que ele se enquadre numa descrição prévia contida no Código Penal ou em leis especiais. A atividade jurídica é exercida pela Negrini Advogados Associados. As empresas do Grupo Negrini executam controles, seja a CNIS que se dedica a auditorias e investigações, seja a CN-MED, encarregada de perícias médicas e análises de contas e procedimentos médicos, seja a TI-MED, de tecnologia de informações para a atividade de assistência à saúde, seja a Negrini Torres, que é comissária de avarias, seja a Engerisc, de sistemas de segurança patrimonial e de gerenciamento de riscos.
Qual a principal meta do Grupo para fechar o ano de 2008?
A principal meta do Grupo para 2008 é aprimorar a qualidade de seus serviços, de seus sistemas de tecnologia de informação, de seus 600 funcionários internos. A qualidade por certo possibilitará a prestação de serviços a todas as carteiras do seguro bem como as empresas de outros segmentos econômicos.
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
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