Classes C e D impulsionam mercado de seguro, com previsão de faturamento recorde este ano
Cristiane Campos e Rachel Vita
Rio - Depois de ir às compras, equipar a casa e se endividar, as classes C e D começam a planejar o futuro.Atraídos por preços mais em conta e produtos diferenciados, eles impulsionaram o mercado de seguros no Brasil, que tem a previsão de bater recorde de faturamento este ano, com R$ 100 bilhões em vendas. Na carteira de ofertas, já existem seguros populares de serviços no País de R$ 2,40 mensais, com cobrança por meio da conta de luz. No Rio, a prestação é de R$ 5,30, mas a cobertura é maior: até R$ 20 mil, fora os sorteios mensais, febre entre a baixa renda.
A estratégia das empresas é agressiva: há pontos de venda em comunidades carentes, como o da Capemisa, na Rocinha, e a Caixa Seguros estuda vender o produto até em casa lotérica. Com esse fôlego, a previsão é que o Brasil ganhe posições no ranking mundial, saltando do 19º para o 14º lugar.
PREÇO DESPENCA
"Novos produtos estão sendo criados com coberturas e prêmios (prestação) mais baixos. Com isso, essas classes passaram a ter acesso a seguros que antes eram impossíveis de serem contratados", avalia o economista Keyton Pedreira, da Kiman Solutions, empresa de tecnologia que atua no setor.
Até 2005, depois que o governo deu condições para a criação de seguros mais populares, o preço médio da apólice de pessoas era de quase R$ 50. Começou a despencar, com produtos mais enxutos. Com a cobrança nas contas de luz, foi possível baratear ainda mais os custos, segundo o economista da UFRJ Alexis Cavichini. No Rio Grande do Norte, Aon Affinity do Brasil cobra R$ 2,40, através da Cosern. Desde o mês passado, com a Light, no Rio, sai a R$ 5,30.
A enfermeira Kelly Cristine Ferreira dos Santos, 34 anos, paga todo mês R$ 6,09 por um seguro da Caixa Econômica Federal de olho no futuro do filho Gabriel, de 5 anos. "Resolvi contratar o produto porque os preços ficaram mais acessíveis. No passado, o seguro de vida era muito caro", reconhece Kelly Cristine.
Para o diretor-executivo da Bradesco Vida e Previdência, Eugênio Velasques, o aumento nos seguros populares é sinal positivo: "O consumidor procura o mercado de seguros depois de atender às necessidades básicas. Sobra um dinheiro e ele começa a pensar no futuro".
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
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