quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Derivativos e bônus para perdas com catástrofe

Derivativos e bônus para perdas com catástrofe
Para viabilizar o interesse das seguradoras e resseguradoras em produtos de alto risco criou-se basicamente dois produtos financeiros usados para minimizar perdas em determinados nichos de negócios: o "cat bond", que é um título financeiro, e o derivativo de clima, que é um hedge. Este tema será abordado por Claudio Contador, economista e diretor da Funenseg, no seminário.
De acordo com estudo da Swiss Re, maior resseguradora do mundo, os derivativos de clima tiveram início em 1997. Em 2005, já somavam US$ 40 bilhões, com mais de 5 mil contratos negociados entre 40 participantes do mercado, principalmente da Europa, Japão e Estados Unidos, bem como Índia e países da América do Sul.
Mas são os bônus de catástrofes que têm forte negociação em todo o mundo. As seguradoras emitem tais papéis para pulverizar no mercado financeiro o risco com perdas catastróficas, sejam elas naturais, como furacões, ou feitas pela homem (como atentados terroristas, queda de aviões, explosões em plataformas). De 2005 para cá, as emissões de "cat bonds" deram um grande salto em razão da perda recorde causada por furacões nos EUA.
Desde 1997, quando o mercado de bônus de catástrofes começou, foram registradas 116 emissões, totalizando US$ 22,3 bilhões em limites de riscos no final de 2007, segundo estudo da Guy Carpenter, corretora de resseguro do grupo Marsh McLenann. Cerca de 52% delas emitidas nos dois últimos anos. Emissões em circulação totalizavam US$ 7 bilhões no final de 2007, 49% acima do ano anterior, com 27 emissões. Allstate, Chubb, Travelers e State Farm, as maiores seguradoras dos EUA e as mais expostas a perdas milionárias com catástrofes em razão da incidência de eventos e da alta penetração de seguros no país, são as principais emissoras.
Estudo da Swiss Re projeta 44 emissões até 2016. Em 2001, os cat bonds ofereciam capacidade de US$ 2 bilhões, ou seja, 3% do tradicional mercado de resseguros. Em 2006, já representava 6%. Até 2016, é estimado que a capacidade do mercado de seguros para catástrofes ultrapasse US$ 230 bilhões. Se o mercado de bõnus dobrar, isso significará US$ 30 bilhões. Um mercado e tanto. "No Brasil ainda não temos esses títulos de riscos, mas podemos vir a ter em razão do tamanho da nossa agricultura", acredita Mello.
Em razão do desenvolvimento desses papéis de alto risco vários produtos foram lançados. Um exemplo é o seguro rural por índices percentuais. Na Europa, nos EUA e também no Brasil um agricultor pode fazer seguro para 70% da sua colheita. Se a safra render apenas 60%, ele recebe o valor de indenização referente aos 10% perdidos. "E este produto só existe porque as seguradoras contam como produtos financeiros de alto risco, como o derivativo. E sempre há investidor interessado, pois quanto maior o risco, maior a chance de ganho", explica Mello.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(D.B.)

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